O ano de 2016 já se inicia com a realização de mais uma sessão do Seminário “Interdiálogos”, que é uma programação mensal do Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos do Museu Paraense Emílio Goeldi, através do Projeto RENAS IV e do Programa de Estudos Costeiros (PEC/MPEG).
A sessão do mês de janeiro de 2016 discutirá um tema bastante pertinente no atual contexto sociopolítico em que estamos inseridos, onde estão tramitando muitos projetos que visam à diminuição dos direitos conquistados pelas populações tradicionais brasileiras em prol do grande capital.
A primeira sessão será proferida por Cecília Geraldes Basile, socióloga e professora da Universidade Federal do Pará, que discorrerá sobre os impactos dos grandes projetos amazônicos nas populações tradicionais dessa região, tendo como enfoque o caso da Usina Hidrelétrica (UHE) de Tucuruí e os efeitos de sua implementação na população da jusante do Rio Tocantins.
A palestra ocorrerá no dia 20 de janeiro de 2016 às 10h, na Sala de Reunião 01 da Coordenação de Ciências Humanas, no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (Avenida Perimetral, 1901 – Terra Firme). Maiores informações através do telefone 3217-6029 e do e-mail renas@museu-goeldi.br.
Mas e o que são os Seminários "Interdiálogos"?
Surgido no ano de 2013 através de discussões entre os integrantes do Projeto RENAS sobre a necessidade de se promover uma maior interação da comunidade científica entre si e, também, com a sociedade em geral de modo a possibilitar diálogos permanentes entre todos os campos do conhecimento (popular e científico), buscando interações transversais e transdisciplinares.
Acredita-se que o fazer científico é interdependente de todas as formas de conhecimento, logo, para que seja possível uma ciência verdadeiramente humana, faz-se necessária a inserção e a percepção de todas as formas possíveis de se enxergar o mundo, onde as várias cosmologias possam estar no mesmo patamar cognitivo.
A partir disso, notamos a necessidade de criar um espaço mensal onde pudéssemos agregar às nossas atividades científicas da antropologia outras possibilidades de percepção dos problemas já dialogados por nós, ou seja, queríamos, e a proposta do Seminário é essa, uma interação permanente de diálogos, logo, surgiu o nome “Interdiálogos”.
Ao longo de quase três anos de existência, o Seminário “Interdiálogos” vem promovendo o diálogo entre os outros campos do conhecimento com a antropologia. Palestrantes das mais variadas áreas do conhecimento, e de outras regiões do Brasil e do exterior, (biologia, pedagogia, arqueologia, comunicação social, direito, museologia, sociologia, movimentos sociais, etc.) apresentaram suas visões de mundo acerca de temas atuais que impactam de várias formas o nosso cotidiano.
A relação entre os seres humanos e a natureza foi tema pertinente nas discussões promovidas pelo Seminário, mas também tivemos a possibilidade de dialogar com temáticas referentes às epistemologias do conhecimento científico e o impacto na atividade do cientista; sobre o papel da mídia e da antropologia na emergência de atores oprimidos enquanto agentes sociais. Também, discutiu-se sobre o papel do Estado enquanto regulador social no que diz respeito à preservação dos patrimônios culturais e qual a função da sociedade nesse processo; e o impacto da aprovação do Projeto de Lei 4330/04 (lei das terceirizações) no fazer científico.
Para o ano de 2016 esperamos ampliar o leque de discussões do Seminário, onde temas que impactam a sociedade de alguma forma possam ser debatidos e discutidos, onde todos possam ter voz e ser ouvidos.
O Seminário “Interdiálogos” é coordenado pelos professores Guilherme Bemerguy Chêne Neto, Lourdes Gonçalves Furtado e Graça Santana, todos do Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos do Museu Paraense Emílio Goeldi.
Algumas das palestras promovidas pelo Seminário “Interdiálogos”.
Figura 1: o biólogo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) apresentou a palestra “A Situação das Unidades de Conservação/Reservas Extrativistas Marinhas no Litoral Brasileiro e os Estudos da Biodiversidade". Fonte: Graça Santa, 2014. |
Figura 2: a antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Francisca Miller na sua palestra no Seminário "Interdiálogos". Fonte: Chêne Neto, 2015. |
Figura 3: a socióloga Drª. Marion Glaser – da Universität Bremen (Alemanha) na sessão do "Interdiálogos": MADAM - The past with paths toward the future? Fonte: Chêne Neto, 2015. |
Figura 4: o pesquisador Paulo do Canto Lopes apresentando a sua palestra intitulada "Caracterização do Modo de Vida dos Sambaquieiros que habitaram o Litoral Paraense (Quatipuru/PA)". Fonte: Graça Santana, 2014. |
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