segunda-feira, 4 de julho de 2016

Seminário Acadêmico "A pesca artesanal, tradição, economia e sustentabilidade; O estado atual da frota de pesca da Praia de Nazaré (Portugal): Uma aposta na valorização e qualidade dos produtos do mar".

As sociedades humanas são impactadas continuamente com a evolução tecnológica, onde suas atividades produtivas, muitas vezes, precisam se adequar a essas mudanças. 
Uma discussão muito presente na construção do conhecimento em Ciências Humanas e Sociais é o impacto dessas alterações tecnológicas nas chamadas "populações tradicionais", pois, como afirma Arruda (1999), essas populações apresentam um modelo de ocupação do espaço e uso dos recursos naturais voltados principalmente para a subsistência, com fraca articulação com o mercado, baseado em uso intensivo de mão de obra familiar, tecnologias de baixo impacto derivadas de conhecimentos patrimoniais e, normalmente, de base sustentável... Em geral ocupam a região há muito tempo e não têm registro legal da propriedade privada individual da terra, definindo apenas o local de moradia como parcela individual, sendo o restante do território encarado como área de utilização comunitária, com seu uso regulamentado pelo costume e por normas compartilhadas internamente. (p.79-80)*.

Imagem 01: Embarcação atracada na Vila de Nazaré, em Portugal.
Fonte: http://patiodovale.com/img/avoir/Nazare01.jpg
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Nascida com o pensamento posto no mar, a Vila de Nazaré é um exemplo em como a pesca é muitas vezes um marco social e cultural bastante enraizado. A falta de apoios ao setor e a ignorância para com o pescador põem em risco a continuação saudável da chamada pesca artesanal, que aqui é dominante e, por conseguinte, parte crucial da identidade cultural desta comunidade piscatória. Atravessando todo um oceano, serve esta apresentação como forma de trazer as terras paraenses uma mostra sobre a Vila de Nazaré e os seus homens do mar. Serão estes os temas abordados pela pesquisadora portuguesa Sonja Simões, colaboradora do Grupo RENAS, em mais uma sessão dos Seminários Temáticos do Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos do Museu Paraense Emílio Goeldi - LAMAq/MPEG. Sonja irá apresentar alguns dados de sua pesquisa realizada na Vila de Nazaré, em Portugal, e que teve como enfoque os impactos exógenos nessa localidade, pondo em risco a continuidade da atividade pesqueira artesanal.

Imagem 02: Sonja Simões.
Fonte: http://lattes.cnpq.br/2242666947778839.

Sonja Simões possui graduação em Arqueologia e História pela Universidade de Coimbra (2009) e tem experiência na área de Arqueologia, com ênfase em Arqueologia Pré-histórica, atuando principalmente nos seguintes temas: arqueologia de intervenção, patrimônio, levantamento de arte rupestre, inventário e análise de materiais arqueológicos. Possui Formação em Pesca e Marinharia, e tem experiência em trabalhos entre comunidades pesqueiras e pesca artesanal nomeadamente na Praia de Nazaré em Portugal. (Mais informações: http://lattes.cnpq.br/2242666947778839.





Sobre os intercâmbios no Grupo RENAS

O Grupo de Pesquisa RENAS, há mais de 20 anos, recebe a colaboração de pesquisadores estrangeiros nas atividades de ensino e pesquisa sobre o mundo das águas. Dentre os importantes resultados dessas contribuições estão as inúmeras parcerias do RENAS com instituições de ensino e pesquisa de outros países, como Canadá, França, Moçambique e Portugal.

Seminário Acadêmico:
Data: 06 de julho de 2016
Horário: 9h30min.
Local: Sala de Reuniões 01 da Coordenação de Ciências Humanas, no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (Avenida Perimetral, 1901 - Terra Firme).

É uma iniciativa do Grupo de Pesquisa RENAS, através do Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos, e do Programa de Estudos Costeiros.




*ARRUDA, Rinaldo. “Populações Tradicionais” e a proteção de recursos naturais em Unidades de Conservação. In: Ambiente & Sociedade, ano II, n 5, 1999.