sábado, 8 de junho de 2019

Drª. Lourdes Gonçalves Furtado é eleita sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do Pará.

A antropóloga Lourdes Gonçalves Furtado proferindo uma palestra no ano de 2015.
Acervo: Chêne Neto, 2015.
Numa assembléia geral realizada no dia 10 de maio de 2019, no Instituto Histórico e Geográfico do Pará, a antropóloga e coordenadora do Grupo RENAS/LAMAq, Lourdes Gonçalves Furtado, foi eleita como sócia efetiva para ocupar a Cadeira 3, cujo patrono é Alfredo Ladislau, que investigou e refletiu sobre a Amazônia durante a primeira metade do século XX, quando publicou obras importantes como Terra Immatura.

Furtado deverá tomar posse até o dia 13 de agosto de 2019.

O portal do Museu Goeldi fez uma síntese da carreira de Lourdes:

"Desde que passou a integrar o corpo científico do Museu Goeldi na década de 60, a dedicação de Lourdes Furtado ao conhecimento das características, crenças e costumes que englobam a pesca artesanal na Amazônia fez com que se tornasse pioneira e uma das lideranças científicas na área. Através do projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas (RENAS), Furtado articulou uma rede interdisciplinar de pesquisadores para estudar diferentes aspectos da vida das comunidades pesqueiras e seu ambiente. O projeto foi além da pesquisa e envolveu trabalhos de extensão e trocas intensas com as comunidades, que se tornaram parceiras em ações de estudo, comunicação e extensão. Com o RENAS foi possível compreender mais sobre o universo das tradições culturais da vida ribeirinha, a partir de narrativas de moradores de diversas comunidades que trabalham em rios, lagos e na área costeira da região amazônica. A perspectiva de análise ampliou ainda mais com a cooperação internacional com outros países da África e Europa.

Outro fruto gerado pelos trabalhos desenvolvidos pelo Renas é o Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos (LAMAq), que contribui com estudos que auxiliam a implantação e gestão de Unidades de Conservação (UC) na região amazônica, bem como subsidiam a legislação de uso dos recursos naturais e ofertam oficinas de capacitação para as comunidades. As UCs têm a função de salvaguardar a representatividade de porções significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. Além disso, garantem às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional e ainda propiciam às comunidades do entorno o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis.

Lourdes Furtado é Licenciada Plena em História pela Universidade Federal do Pará (1966), com especialização em Antropologia Social, pelo Museu Goeldi (1968). A antropologia da pesca foi o foco de seu mestrado e doutorado em Ciência Social (Antropologia Social), ambos na Universidade de São Paulo (1980 e 1989, respectivamente). É discípula de dois ilustres mestres: Eduardo Galvão e Napoleão Figueiredo, também patronos do IHGP.

Ao receber um lugar no silogeu do Instituto por suas contribuições à ciência da cultura de pesca – a antropologia é uma das áreas de conhecimento centrais do IHGP, juntamente com história e geografia – a pesquisadora Lourdes Furtado recebe de seus pares o reconhecimento por seu extenso legado nos estudos antropológicos na Amazônia" (Disponível em: <https://www.museu-goeldi.br/noticias/antropologa-do-museu-goeldi-e-eleita-para-o-instituto-historico-e-geografico-do-para>).

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Sobre o IHGP: é uma associação científica e cultural que busca promover o estudo, estimular o desenvolvimento e fazer a difusão dos saberes históricos, geográficos e antropológicos, sobretudo os relacionados a Amazônia. Criada em 1900, entre os nomes que integraram a comissão encarregada dos trabalhos necessários para a sua fundação está o de Emílio Goeldi, zoólogo suíço que ajudou a consolidar o MPEG como referência na pesquisa sobre a sociobiodiversidade da Amazônia.

O IHGP possui 70 cadeiras, todas patronadas por figuras ilustres da área da história, geografia e etnografia amazônica. Os assentos são ocupados por sócios efetivos, cujas realizações devem ser similares aos patronos.



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